Ministério da Saúde integra de forma piloto o programa internacional de vigilância avançada da resistência de gonorreia da OMS

13/08/2024 17:44

Nos dias 7 e 8 de agosto o Ministério da Saúde recebeu profissionais da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) para uma missão conjunta de implementação do Programa Aprimorado de Vigilância Antimicrobiana Gonocócica (Egasp) no Brasil e discussão sobre ferramentas para a resposta à sífilis e à sífilis congênita. O objetivo da Egasp é fortalecer o controle da gonorreia por meio da vigilância da resistência a medicamentos antimicrobianos utilizados no tratamento de seu agente, o Neisseria gonorrhoeae.

O Ministério da Saúde – por meio do Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente – realiza o monitoramento da sensibilidade do gonococo aos antimicrobianos, por meio da iniciativa SenGono (Sentinela do Gonococo), coordenada pelo Laboratório de Biologia Molecular, Microbiologia e Sorologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), sob responsabilidade da doutora Maria Luiza Bazzo, em parceria com estados, municípios, serviços de assistência e laboratórios locais).

Desde a primeira edição, a vigilância SenGono conta com colaboração da OMS, por meio do Programa de Vigilância Antimicrobiana Gonocócica (Gasp), em parceria com Centro Colaborador da OMS para gonorreia e outras infecções sexualmente transmissíveis, coordenado pelo doutor Magnus Unemo, e do Laboratório de Referência da América Latina para gonococo, o Laboratorio de Referencia en Enfermedades de Transmisión Sexual do Instituto Nacional de Enfermedades Infecciosas da Administración Nacional de Laboratorios e Institutos de Salud (INEI/ANLIS Malbrán), coordenado pela pesquisadora Patrícia Galarza.

A partir da referida iniciativa, este ano, o Brasil foi convidado a participar do programa aprimorado, o Egasp. Para o piloto, foram escolhidos dois serviços que integram SenGono, sendo o primeiro o Núcleo de Testagem e Aconselhamento do Distrito Federal e, o segundo, o Centro para Vigilância Sentinela do Corrimento Uretral, localizada em Florianópolis, Santa Catarina. Estes serviços são habilitados como centros para vigilância sentinela do corrimento uretral, que têm como uma das atividades principais o monitoramento da sensibilidade do gonococo aos antimicrobianos.

Durante a reunião, a secretária da SVSA, doutora Ethel Maciel, ressaltou a disponibilidade do Ministério da Saúde para o trabalho em conjunto com a OMS e o CDC na resposta às infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). “Nossa gestão está comprometida com o cuidado da população. Vocês podem contar com a gente para juntos trabalharmos para o controle e a eliminação dessas ISTs”.

O encontro foi mediado pela doutora Pâmela Gaspar, coordenadora-geral de Vigilância das Infecções Sexualmente Transmissíveis do Dathi, e contou com representantes da OMS; do CDC Brasil e Estados Unidos; da Universidade Federal do Espírito Santo; do Núcleo de Testagem e Aconselhamento e Laboratório Central de Saúde Pública do Distrito Federal; Coordenação de IST do Distrito Federal e de Santa Catarina, da Opas; da UFSC; e da Coordenação-Geral de Laboratórios de Saúde Pública, do Centro Colaborador da OMS para gonorreia e outras infecções sexualmente transmissíveis e do Laboratório Nacional de Referencia en Enfermedades de Transmisión Sexual (INEI/ ANLIS Malbrán).

Representantes da missão no Brasil também estiveram em Florianópolis/SC, nos dias 5 e 6 de agosto, para realizar visitas ao Laboratório de Biologia Molecular, Microbiologia e Sorologia da Universidade Federal de Santa Catarina (LBMMS/UFSC) – referência nacional de IST – e à Policlínica Centro da Prefeitura Municipal de Florianópolis/SC, além de discussão técnica a respeito dos protocolos nacionais e da Egasp, bem como explanação a respeito dos antecedentes, expansão e resultados recentes do Programa Aprimorado.

Brasil Saudável

Para o diretor do Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis (Dathi) do Ministério da Saúde, Draurio Barreira, o país está novamente priorizando a saúde da população. “O Brasil está de volta e estamos interessados em realizar parcerias internacionais em prol do cuidado da população. Hoje temos um programa ousado, o Brasil Saudável, que visa eliminar 11 doenças e cinco infecções transmitidas de mãe para filho. A eliminação da transmissão vertical da sífilis está entre nossas prioridades”.

Em consonância, Miguel Aragón, assessor de Doenças Transmissíveis e em Eliminação da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), ressaltou que o enfoque do Brasil Saudável e que pode ser um exemplo para outros países da América Latina. “Do ponto de vista da saúde, o Brasil possui as tecnologias disponíveis para a eliminação de diversas infecções e doenças, mas o país tem um grande obstáculo, que são as desigualdades sociais. Por isso, a chave desse programa é enfrentar os determinantes sociais”, destacou.

Lorany Silva e Ádria Albarado

Ministério da Saúde

Categoria
Saúde e Vigilância Sanitária

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